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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Resenha: Uma dose diária de felicidade

Lembram-se que eu disse que o processo de se fazer uma resenha é trabalhoso e requer paciência? Depois de tanto apanhar, devido a proposta de minha professora de Iniciação Científica, tentei, tentei e tentei! E saiu algo que a professora elogiou... Sério, eu ainda não acredito que ela tenha elogiado, mas estou compartilhando com vocês para observarem o quanto melhorei da primeira resenha para esta! É isso ai pessoal e o conto O natal de Elza recentemente virou livro! Isso mesmo, foi publicado pela Editora Scortecci, então fiquem de olho, interessados corram lá! Eu já tenho o meu, pois gostei muito!

Uma dose diária de felicidade

Letícia Maria de Godoy

JOB, Sandra Maria. O natal de Elza. Revista Desassossego, Universidade de São Paulo-USP, p. 150 - 153, 05 jun. 2011.

Doutora em teoria literária pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC e atualmente professora da Universidade Estadual do Norte do Paraná, UENP, Sandra Maria Job é uma autora que faz da literatura um instrumento para questionar a posição da mulher negra na sociedade e entre outros fatores que a levam para um engajamento social, fato este que pode ser observado a partir de suas pesquisas. Toda essa sensibilidade também se faz presente no conto O natal de Elza, onde a autora explora, por meio de uma linguagem acessível, os limites da esperança humana deixando o leitor com a dúvida se o fato fora ou não verdade, mostrando, assim, sua capacidade de transformar o que poderia ser apenas um simples conto em algo grandioso e emocionante de intensas reflexões.
O conto retrata as expectativas criadas pela pequena Elza a respeito do seu grande desejo de que o papai Noel, lhe traga na noite de natal uma boneca, o natal de Elza, porém, não é somente mais um conto natalino, pois Job nos remete a simplicidade da vida que a personagem leva, mostrando a realidade de grande parte da população menos favorecida que também vive nas mesmas condições, de forma elaborada, porém acessível, a autora trata de questões políticas e sociais, mas sem deixar de emocionar o leitor com as cenas de forte laço afetivo existente entre mãe e filha, ressaltando assim a importância da família e o importante papel da mulher na sociedade.
Job, com maestria, ainda permite que o leitor sinta e reconheça a simples vida de Elza, fazendo-o viver com ela a esperança que a mãe lhe dá sobre a vinda “dele”, criando assim uma forte expectativa. Ao tomar o partido de Elza, o leitor se emociona com a inocência dos sonhos de uma criança que os torna sua dose diária de felicidade, levando-o a uma intensa reflexão sobre um período, onde apenas a esperança norteia a vida dos menos favorecidos.
Diferente dos contos típicos de natais, em prosa, detalhistas e fantásticos, como o conto de Hans Christian Andersen, A pequena vendedora de fósforos, a autora nos trás um conto inovador, trabalhando com a realidade vivenciada, abordando o tema da esperança não de forma triste ou trágica, mas com uma magia especial, tornando o conto acessível para todas as idades.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Deception


Today my day was painted dark, gleaned from red blood and with a lighter shade of gray to complete the melancholy of the happy days that left me at the same speed that I found.
I knew what happiness would last too little, or tried to believe it would be worth getting attached to it and believe that last for a long time.
But it wasn't so.
Anything is easy in life , we all know that, but the more complicated is when you see your dream being thrown into the air and no one, no one caring about him. I have dreams, everyone knows it and never measure efforts to run after them, but it's like Drumond already said ...
In the middle of the road was a stone
Had a stone in the way
Had a stone
In the middle of the road was a stone.
I will never forget this event
In the life of my retinas so tired.
Never forget that halfway
Had a stone
Had a stone in the way
In the middle of the road was a stone. (My translation)

What does this mean? The difficulties haunt us and has haunted me more than ever. Launching Points of Life could be a promising start, but was not. Despite the success of the book, many adventures around their composition are making me give a little more to tie in a new edition / drawing, that would be quite interesting. I just have to thank everyone who got their copies, and I ask my sincerest apologies to those who failed for lack of the book, but for lack of willpower (not on my part, because I was called delusional, unrealistic and naive by want this so bad) I think this project is being shelved ... And here I am, giving my face again to receive blows, while humbly seek to be a publisher account to publish my first novel soil.
Thank you all for listening to the rant that both needed to do, I sincerely hope to bring new things to you, that always has supported me a lot!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Novelas de cavalaria: José de Arimateia, A demanda do santo Graal e Amadis de Gaula


Portugal passou por inúmeras dificuldades até conseguir conquistar sua independência na península Ibérica, ela está muito ligada à diferenciação das atividades econômicas da região e as rivalidades dos grupos feudais. Mas esta conquista também não era estável, visto que existiam inúmeros conflitos internos durante este período que perduraram até o reinado de D. Afonso III
Além de enfrentar os conflitos político-militares, eles também tiveram de lidar com a invasão dos mouros, o que fez com que cavaleiros de toda parte viessem para Portugal para lutar e deixassem para trás suas esposas e donzelas apaixonadas, tema bastante abordado nas cantigas trovadorescas. Depois de conseguir expulsar os mouros, Portugal começou a ser impulsionado para o progresso, com isso, a Igreja ganhou mais poder visto que a visão teocêntrica era dominante, afinal não poderia se existir feudalismo sem teocentrismo e vice-versa.
Portugal alcançou o seu ápice de desenvolvimento comercial com o reinado de D; Dinis, este rei incentivou inúmeras atividades importantes para a nação Portuguesa, inclusive a construção da Universidade Portuguesa, ele também foi um grande trovador. Com o tempo, houve modificações drásticas no cenário político de Portugal, principalmente com a dinastia de Avis, que marcou a vitória da burguesia, levando o país para novos rumos como as grandes navegações e descobertas de novos territórios.
Ainda no contexto medieval, no meio de uma sociedade temente a Deus e muito influenciada pela igreja, surgem as novelas de cavalarias que são uma evolução das canções de gestas (poesias de temas guerreiros). Elas, na realidade, são originárias da França e da Inglaterra e foram divididas em três ciclos: o clássico, ou Greco- latino, o carolíngio e o Bretão ou arturiano. Em Portugal o ciclo que se desenvolveu, de fato, foi o bretão. Utilizando-se da “matéria Britânica”, as novelas de maior destaque é José de Arimateia, Merlin e A demanda do santo Graal. Também podemos incluir o Amadis de Gaula que acompanha este ciclo, mas que já faz parte de um período diferente.
Sabemos que a versão portuguesa de Merlin foi perdida e restou apenas a espanhola, mas as outras três foram conservadas e são as mais conhecidas. Essas novelas de cavalaria são traduções portuguesas das obras originais e são as primeiras formas de prosa portuguesa. A igreja, a fim de passar valores para a sociedade, foi uma grande influente nessas adaptações, através das novelas de cavalaria ela impôs a imagem do cavaleiro, até então visto como um homem sujo e desonesto que violava mulheres e saqueava por onde quer que passasse mesmo estando a serviço de Deus, como um homem íntegro,  leal e casto.
Nas novelas de cavalaria, o amor não é mais platônico como nas cantigas trovadorescas, ele é correspondido pela senhora que por ser casada deve contê-lo. Isso é chamado de “amor cortês”, na maioria das vezes, o casal não tem um final feliz e é severamente punido por cometer o pecado de amar. Um grande exemplo deste amor cortês é a relação entre Lancelotte e Guinevere. Logo, é ressaltada nestas novelas de cavalaria a castidade do cavaleiro, para ser um bom cavaleiro, é necessário manter-se casto e leal ao seu senhor. Assim, observa-se que na demanda do santo Graal, toda espécie de amor é considerada pecaminosa.
Fazendo um breve comentário a respeito destas obras, na primeira, José de Arimateia, conta-se a história de José que era da cidade de Arimateia que acompanhou os passos de cristo, depois de sua morte, ele guardou o seu sangue em um santo vaso que guardou por toda a sua vida, até mesmo quando esteve preso alimentando-se dele. Depois de sua morte, ele passou este vaso para o seu filho e mais adiante ele seria conhecido como o Santo Graal, que é o tema principal da Demanda do Santo Graal.
Em a Demanda do Santo Graal, contam-se as aventuras do rei Arthur e os seus cavaleiros da távola redonda. Lancelotte é considerado o melhor cavaleiro do mundo, mas a narrativa descreve a sua única falha. Embora seja um homem casto, ele nutre um amor secreto pela rainha Guinevere, mulher de Arthur, o qual é correspondido pela mesma. Este amor simboliza o cavaleiro terreno que não consegue alcançar a divindade por pecar. Quando é organizado a demanda para ir em busca do Santo Graal, Lancelotte ainda decide participar, mas ele, influenciado por Merlin, acaba se envolvendo com uma princesa acreditando veemente ser ela a mulher que ama e assim nasce Galaaz.
Seu filho Galaaz é o ideal do cavaleiro celestial, pois segue uma vida correta e nunca conhece o amor por mulheres, dedica-se na expedição em busca do Santo Graal e o encontra, o que prova que ele é sim o cavaleiro celestial. Logo, podemos perceber o quanto os preceitos religiosos são impostos nesta obra, pois, ela descreve que a  partir do cavaleiro terreno, nasce um ser melhor que é o cavaleiro celestial.
Já o Amadis de Gaula é um tanto diferente das outras novelas de cavalaria, nela o amor se consolida e já se pode perceber um novo comportamento do homem em relação a sociedade. Um dos problemas que envolvem essa obra é a sua autoria.  Não se sabe ao certo quem a escreveu, pois esta é a única novela de cavalaria que não estava presente na biblioteca de D. Duarte. Existem os que defendem a tese de que ela é de autoria portuguesa e aqueles que defendem que é de autoria castelhana, mas até hoje não se entrou em um consenso.
O Amadis de Gaula fala a respeito do amor proibido de uma princesa (Elizena) com o rei Perion que resulta no nascimento de Amadis. Como a princesa não podia cuidar dele, pois na época era uma atrocidade uma donzela engravidar antes de se casar, sua criada Darioleta botou-o dentro de um cesto e colocou-o no rio. Essa parte da história muito se assemelha a história de Moisés, e assim que um casal simples o encontrou, decidiu cuidar dele. Amadis cresceu e tornou-se cavaleiro e sua missão foi cuidar de uma princesa chamada Oriana da corte de Lisuarte. Acontece que os dois se apaixonam e o amor de Amadis por esta senhora é tão intenso que ele arrisca sua vida em muitos momentos para salvá-la e provar-lhe que a ama, logo, existe sim a servidão total do cavaleiro a senhora, mas diferente das outras novelas de cavalaria, além deste amor ser correspondido, ele também é consumado.
Essas novelas de cavalaria ainda são utilizadas em diversos textos até os dias de hoje, mas ganharam, é claro, uma nova roupagem. São fontes de estudo extremamente importantes para compreender a sociedade da época, seus costumes, gostos e valores, mesmo que nestas obras, em alguns momentos se apresentem temas místicos, como o mago Merlin, ainda assim são grandes obras de cunho épico que nos remete a sociedade portuguesa em transição.

Referências bibliográficas:

LOPES, Oscar; SARAIVA, Antônio José.Gênese da ficção medieval em prosa.In: História da Literatura Portuguesa. Porto: Porto Editoraa, 2001. P. 93 -99.