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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Gêneros Textuais: Questionário importantíssimo!

Gêneros textuais é um assunto extremamente importante e atual, principalmente para os futuros professores de língua materna, pois é uma nova proposta que não visa somente o ensino da gramática pela gramática, mas uma reflexão a respeito das diversas esferas sociais e os gêneros que nelas estão inseridos. Através da perspectiva dos gêneros textuais, o aluno aprende onde e quando utilizar o que aprende na escola em suas diversas situações comunicativas, portanto, é importante para nós, futuros professores, estarmos atualizados!
Então, segue ai umas questões acerca do assunto que devem estar esclarecidas na nossa mente.

1 – Conceitue Gêneros textuais/discursivos, segundo embasamento teórico em Marcuschi e Koch.

R: Os gêneros textuais/discursivos abarcam a grande diversidade de textos que ocorrem nosdiferentes ambientes sociais, os quais são materializações lingüísticas do discurso. Na visão de Marcuschi, caracterizam-se “como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos.” (Marcuschi, p.19,2005). Surgem de acordo com a necessidade comunicativa das pessoas e são, segundo Bakhtin, formas de enunciados relativamente estáveis. Koch & Elias, por sua vez, reforçam a ideia de que são inúmeras as vezes em que não somente lemos, mas nos comunicamos através de textos diversos e por isso seria impossível contabilizá-los, pois os gêneros estão profundamente ligados a vida das pessoas e atualmente estão sendo sistematicamente estudados por profissionais da área da linguística.

2 - Quando e onde estão presentes os gêneros?

R: Estão presentes no cotidiano das pessoas, inseridos nas mais diversas esferas sociais, seja através de um diálogo, uma carta, um telefonema e entre outros gêneros que são usados para a comunicação social. Cada gênero possui uma função social e por isso são encontrados em todo lugar, pois segundo Koch & Elias, são diversas as vezes ao dia em que lemos e nos comunicamos através de textos diversos, tantas que seria impossível contabilizá-las.

3 – Por que os gêneros são indicados pelos PCNs para ensino nas escolas?

R: Porque é necessário ensinar aos alunos como e onde utilizar o que se aprende na escola, pois é tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação” (PARANÁ, 2009. p. 48). Apoiar um ensino pautado nos gêneros é dar ao aluno uma nova perspectiva e colocar o professor na sua verdadeira função de educador de língua materna, que não é mais somente um especialista em textos literários e científicos, mas sim um conhecedor das diversas modalidades textuais, orais e escritas utilizadas na sociedade. Deste modo, a sala de aula se transforma em um espaço para produzir e interpretar textos. Sendo assim, o trabalho com o gênero daria ao aluno muitas oportunidades de interação social, o possibilitando de compreender a intencionalidade dos textos com os quais ele se depara em seu cotidiano, fazendo com que o aluno, de fato, se aproprie dos gêneros para se inserir em uma comunidade letrada. (GODOY, 2012)

4 – Como se dá o contínuo discurso, texto e gênero?

R: O discurso, de modo geral, diz respeito à própria materialização do texto, agindo como o texto em seu funcionamento sócio- histórico, é o resultado de um ato de enunciação, dando-se na manifestação lingüística. Em suma, o discurso é a melhor forma de observar a língua em suas atualizações no contexto prático. O texto trata do objeto linguístico que vai além da frase, podendo ser ao mesmo tempo um processo e um produto, assim, o texto envolve o léxico e a sintaxe e é um evento comunicativo que envolve o produtor, o receptor e as condições de produção. Já os gêneros tratam-se de textos orais ou escritos que se materializam nas diferentes esferas comunicativas em que o ser humano está inserido. São textos que encontramos na nossa vida diária que são constituídos da estrutura composicional, do conteúdo temático, estilo e função social, por exemplo, o diálogo familiar é um gênero oral, dá-se no discurso entre pai e filho e não deixa de ser um texto materializado por meio da fala. Assim, o contínuo discurso, texto e gênero estão intrinsecamente ligados.

5 – O que se compreende por competência metagenérica?

R: Competência metagenérica, segundo Koch& Elias, é a capacidade do indivíduo de identificar os diferentes gêneros mesmo que estejam em diferentes suportes. Por exemplo, o individuo, graças a sua competência metagenérica, é capaz de identificar um bilhete mesmo que esteja escrito na parede.

6 – Como se constituem os gêneros?

R: Segundo o conceito Bakhtiniano, os gêneros se constituem de três elementos intrinsecamente ligados: o conteúdo temático, a construção composicional e o estilo e ainda se tem a função ou propósito comunicativo.

7 – Explique o que se entende por estrutura composicional, conteúdo temático, estilo e função ou propósito comunicativo de um gênero.

R: O conteúdo temático, basicamente é aquilo que dizemos/escrevemos nas situações comunicativas em uma esfera social. É o tema do qual se trata o gênero, por exemplo, o artigo de opinião vai tratar de temas polêmicos da atualidade. Os outros dois, a construção composicional e o estilo são definidos a partir do conteúdo temático. A construção composicional compreende nos recursos gramaticais, lexicais e fraseológicos empregados na construção do texto. A respeito do estilo, podemos observar que alguns gêneros, como os literários, são mais abertos para que a pessoa que o escreve marque a sua individualidade no texto, mas nem todos os gêneros possibilitam esta reflexão da individualidade do falante (BAKHTIN, 2003), ou seja, eles são caracterizados de acordo com o estilo do gênero e não de quem o escreve, como é o caso, por exemplo, dos textos de atividades jurídicas. Por isso, não é válido perante as leis, um boletim de ocorrência em formato de poesia, pois isto reflete a individualidade do escritor e não é esse o estilo que condiz com essa esfera social. O propósito comunicativo é para quem se dirige o gênero e a sua função dentro da sociedade.

8 – Diferencie gêneros textuais de tipo ou tipologia textual. Exemplifique.

R: Os gêneros textuais são mais abrangentes e compreendem todos os textos e discursos que se produzem nas diferentes esferas sociais. Já os tipos de textos ou tipologia textual são mais restritos. São elas: injuntiva, narrativa, argumentativa, descritiva, informativa e expositiva; por exemplo, um gênero pode conter vários tipos de texto, mas com predominância de um.

9 – O que se entende por intergenericidade (koch) ou intertextualidade/ hibridização intergêneros (Marcuschi)? Exemplifique.

R:  Intergenericidade ou intertextualidade / hibridização intergêneros ocorre quando um gênero se dá nas formas de outro, é bastante comum na esfera publicitária, pois eles precisam usar de várias artimanhas a fim de vender o seu produto. Por exemplo, uma tirinha que apresente as características de uma receita, o leitor, por meio de sua competência metagenérica, saberá identificar que não é uma receita, e por isso não a levará a sério a ponto de realizá-la, pois sua função não é de receita.

10 – Explique o que se entende por heterogeneidade tipológica.

R: É quando se tem mais de um tipo de texto presente no gênero em questão, uma narrativa e uma descrição não serão iguais umas as outras, elas apresentam tipos de textos narrativos e descritivos que os fazem ser classificados como tal, mas não significa que são iguais. Koch ressalta que um gênero pode apresentar duas ou mais tipologias textuais e que esse conceito não se confunde com o de gênero textual.

11 – Analise alguns gêneros do ponto de vista de sua composição, conteúdo temático, estilo, função comunicativa e sua heterogeneidade tipológica.

R: O artigo de opinião usa em sua composição de recursos argumentativos a fim de persuadir o leitor e fazê-lo aderir o posicionamento do articulista, trata de assuntos polêmicos da atualidade e é impessoal, o articulista usa de outras vozes para comprovar e dar veracidade aos seus argumentos. A sua função, em suma, é persuadir o leitor e informa-lo sobre o que está acontecendo; Em sua composição existe várias sequencias tipológicas, mas há a predominância da argumentativa.
A charge, por sua vez, é um tipo especial de cartum (maneira de emitir opiniões e acontecimentos do dia a dia). O seu conteúdo temático refere-se à crítica humorística de um fato político, por esse motivo é necessário saber o que anda acontecendo na sociedade para entender a charge. Em sua construção composicional podemos observar que as pessoas representadas têm suas características físicas exageradas a fim de despertar o humor. O estilo da charge, assim, é por meio de uma ilustração, satirizar um acontecimento político atual envolvendo uma ou mais personagens. È considerada um poderoso instrumento de comunicação sócio-político e tem um papel importante na história recente do Brasil, funcionando também como uma maneira de liberdade de expressão, o que podemos chamar de função social.
A notícia é um gênero que se pauta na realidade dos fatos para nos informar sobre uma ocorrência, por esse motivo é sempre atual, pois uma notícia de ontem ou do passado já não interessa mais ao público. Assim, busca apoio em meios de comunicação como a televisão, internet, outros jornais impressos ou não Seu estilo dá-se pela imparcialidade de quem a escreve, pois diferente do estilo literário, onde o autor deixa suas marcas e opiniões transparecerem, na notícia isso não é viável. Sua construção composicional, portanto, é por meio de uma narração técnica, relatar os fatos acontecidos. Assim sendo, por relatar fatos condicionados ao interesse do público em geral, a linguagem necessariamente deverá ser clara, objetiva e precisa, isentando-se de quaisquer possibilidades que porventura tenderem a ocasionar múltiplas interpretações por parte dos receptores. Sua função social é explicita: busca informar os acontecimentos recentes de interesse da grande massa. Quanto à tipologia usada, encontram-se a descritiva, a informativa e a narrativa, com predominância da informativa.

12 – Explique o que são suportes e esferas ou domínios discursivos. Exemplifique.

R: Ainda se tem uma definição bastante vaga para suporte, pois a definição dessa palavra nos dicionários de língua portuguesa nos deixa uma compreensão muito precária do significado se tratando de gêneros textuais. Logo, tentando aproximar-nos o máximo possível de uma “definição” adequada para o termo no quesito de gêneros, entendemos aqui como suporte de um gênero “um locus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero materializado como texto. Numa definição sumária, pode-se dizer que suporte de um gênero é uma superfície física em formato específico que suporta, fixa e mostra um texto.” (Marcuschi, p.8) Por exemplo, a carta é um gênero, mas o papel é o suporte do gênero, a tinta é o material da escrita e os correios o serviço de transporte desse gênero em questão.
Já as esferas sociais, ou domínios discursivos, como ressalta Bakhtin, são as esferas da atividade humana, não sendo consideradas como princípios de classificação de gêneros, mas sim que indicam instancias discursivas, por exemplo, o discurso jurídico, o jornalístico,  militar, acadêmico e etc. Não abarcam um gênero específico, mas propiciam o surgimento de vários outros, constituindo, assim, práticas discursivas onde podemos encontrar um conjunto de gêneros textuais próprios ou específicos daquela esfera, por exemplo, o boletim de ocorrência é próprio da esfera jurídica, o dialogo familiar é próprio da esfera familiar e assim por diante.

Referencias bibliográficas

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução Maria Ermantina Galvão G. Pereira. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.
GODOY, L. M. Gêneros textuais e transposição didática realizada pelo livro didático. In: IX Seminário de Iniciação Científica SóLetras Estudos Linguísticos e Literários, 2012, Jacarezinho: UENP, 2012.
KOCH, E. V. & ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros Textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A.;
________________. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI, A. M (Org.). Gêneros Textuais: Reflexões e Ensino. Palmas e união da Vitória (PR): Kaygangue, 2005.
________________. A questão dos suportes dos gêneros textuais. Disponível em: <http://www.sme.pmmc.com.br/arquivos/matrizes/matrizes_portugues/anexos/texto-15.pdf.> Acesso em: 17 Jun. 2013
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa: para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2009.