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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Preconceito Linguístico: O que é? Como se faz? - Resenha


Olá meus caros, esta é a minha primeira resenha que fiz durante o curso de Letras, vejam como abordei o tema central do livro (que é o objetivo de uma resenha, explicar, e criticar, sem resumir apenas.), esta resenha não é a final, acreditem ela não está muito boa, mas nem tudo começa muito bom, é algo que tem que ser trabalhado. Resolvi postá-la para mostrar que não é fácil escrever e tudo mais, as vezes chegamos no curso cheios de dúvidas e quando o professor pede a primeira resenha você fica extremamente assustado, mas não se preocupem, com o tempo melhora! Espero que possam aproveitar algo e claro, que sirva de incentivo para ler o livro! (Muito bom, por sinal).
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BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico o que é, como se faz. 52ª ed. São Paulo: Loyola, 2009.



Preconceito linguístico o que é, como se faz sem dúvidas é um dos livros mais importantes do autor Marcos Bagno, que já havia abordado em sua obra “A língua de Eulália” a maneira preconceituosa como a língua é tratada na sociedade, e retoma este tema de forma inteligente neste livro de suma importância para a linguistica brasileira.
Graduado e mestrado em letras pela Universidade Federal de Pernambuco, doutor em língua portuguesa pela Universidade de São Paulo e atualmente professor na Universidade de Brasília. Ele é,também, contista, poeta, tradutor e autor de livros voltados ao público infanto – juvenil, contudo, Bagno ganha importante destaque em seus livros sobre o debate do ensino do português brasileiro, desempenhando um importante papel dentro da sociolingüística.
Capaz de transformar opiniões preconceituosas formadas a respeito da língua portuguesa, o livro é divido em quatro capítulos nos quais de forma simples e objetiva Bagno faz com que o leitor se familiarize com a questão da língua falada no país, refletindo sobre este problema social que existe há muito tempo, mas que é camuflado e aceito com muita naturalidade pela população, muitas vezes, por influência da mídia.
No primeiro capítulo, ele faz um levantamento sobre a existência de oito mitos a respeito da língua portuguesa, dentre estes “Brasileiro não sabe português/ Só em Portugal se fala bem português”, nesta passagem do livro, Bagno usando de todo o seu conhecimento linguistico, faz com que o leitor perceba o quanto tal afirmação é um absurdo, e confirma o nosso complexo de inferioridade de povo colonizado diante de povo colonizador. O autor revela que mesmo nos dias de hoje esta ideia persiste na cabeça de milhares de pessoas, e argumentando de maneira precisa nos faz ver que os portugueses trouxeram o português para o Brasil e este se transformou junto com a sociedade brasileira adaptando-se as suas necessidades de comunicação, tornando-se assim uma língua muito diferente do português de Portugal.
Outro mito exposto neste capítulo do livro é  que “Português é muito difícil”, segundo o autor tal ideia faz com que se abra um abismo entre os falantes e a sua língua mãe, estes acreditam veemente que não sabem o português e que português é muito difícil, este mito é bastante reforçado pelos gramáticos normativos que não aceitam que a língua evolui assim como todas as outras ciências, apontando o que é certo e errado o que faz com que o português perfeito seja praticamente inalcançável.
No segundo capitulo do livro “O círculo vicioso do preconceito linguistico”, o autor busca explicar como os mitos expostos no capítulo um se perpetuam na sociedade formando um círculo preconceituoso intitulado por ele como a santíssima trindade do preconceito lingüístico. Também nos mostra como a atitude de alguns profissionais como professores, jornalistas e gramáticos contribuem para que o preconceito linguistico continue firme e forte, criticando assiduamente a mídia e seus diversos meios de comunicação, onde a língua é colocada como algo perene que só alguns iluminados são capazes de dominar.
No terceiro capítulo “A desconstrução do preconceito linguístico” o autor reconhece que há uma crise no ensino da língua portuguesa nas escolas de todo o Brasil, e assim dá dicas para se desconstruir o preconceito lingüístico, explicando que tal tarefa não é fácil, visto que nossa sociedade tende a discriminar tudo o que é diferente para beneficiar uma pequena minoria, mas que isto não é impossível. Apresentando dez cisões sobre como acabar, ou pelo menos amenizar o preconceito, Bagno apela aos professores, pois estes como importantes formadores de opiniões, podem praticar os simples atos propostos por ele em prol de uma sociedade linguisticamente mais justa.
Já no último capítulo “O preconceito contra a linguística e os linguístas”, Bagno retoma o debate a respeito do ensino da gramática tradicional, criticando-o de maneira inteligente para que suas palavras tenham a influencia de fazer o leitor refletir a este respeito, expondo-nos que tais praticas de ensino são estabelecidas há mais de 2.300 anos e, portanto, devem ser inovadas. Segundo o autor, o novo assusta, subverte as certezas e compromete as estruturas de poder e dominação adotadas por muito tempo. Porém, Bagno acaba saturando sua obra com críticas exacerbadas aos professores Napoleão Mendes de Almeida e Pasquale Cipro Neto, enchendo de citações desnecessárias esta parte do livro, o que torna a leitura um tanto quanto desgastante, pois ele já havia os usado como exemplos no capítulo três, referindo a ambos como importantes propagadores do preconceito lingüístico, visto que são totalmente contra a ciência linguística e os linguístas, um deles até mesmo tendo a audácia de caracterizar aos linguístas como “deslumbrados”;
De um modo geral, podemos perceber que o autor tem a intenção de tornar sua obra um importante instrumento de combate ao preconceito linguístico, propondo uma reflexão detalhada do que é língua portuguesa, para que assim os métodos de ensino possam ser revistos, pois a forma tradicional não serve para mais nada a não ser gerar mais preconceitos.
Pelo tema abordado e como é abordado, o livro é indicado aos graduandos do curso de letras, pois como futuros professores da língua portuguesa, possam reavaliar os seus conceitos sobre a gramática, entendendo que nenhuma variante linguística deve ser caracterizada como melhor e que a norma padrão existe por questões políticas, para que assim possa se estabelecer uma ordem, mas que quem não a domina deve ser respeitado da mesma forma que quem a utiliza em seu cotidiano. Também os estudantes das áreas sociais deveriam lê-lo, visto que o livro aborda temas como preconceito social, as falhas que existem no sistema educacional brasileiro e entre outros fatores que estão intrinsecamente ligados a sociologia. Ademais, o livro de Marcos Bagno deveria ser divulgado através dos diferentes meios de comunicação para que pudesse abranger o maior número possível de leitores e quem sabe assim, derrubar este preconceito que se infiltra de maneira tão natural em nossa sociedade.


(Autora: Letícia Maria de Godoy)




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