Lembram-se que eu disse que o processo de se fazer uma resenha é trabalhoso e requer paciência? Depois de tanto apanhar, devido a proposta de minha professora de Iniciação Científica, tentei, tentei e tentei! E saiu algo que a professora elogiou... Sério, eu ainda não acredito que ela tenha elogiado, mas estou compartilhando com vocês para observarem o quanto melhorei da primeira resenha para esta! É isso ai pessoal e o conto O natal de Elza recentemente virou livro! Isso mesmo, foi publicado pela Editora Scortecci, então fiquem de olho, interessados corram lá! Eu já tenho o meu, pois gostei muito!
Uma dose diária de
felicidade
Letícia Maria de Godoy
JOB, Sandra Maria. O
natal de Elza. Revista Desassossego, Universidade de São Paulo-USP, p. 150
- 153, 05 jun. 2011.
Doutora em teoria literária pela Universidade Federal de Santa Catarina,
UFSC e atualmente professora da Universidade Estadual do Norte do Paraná, UENP,
Sandra Maria Job é uma autora que faz da literatura um instrumento para
questionar a posição da mulher negra na sociedade e entre outros fatores que a
levam para um engajamento social, fato este que pode ser observado a partir de
suas pesquisas. Toda essa sensibilidade também se faz presente no conto O natal de Elza, onde a autora explora,
por meio de uma linguagem acessível, os limites da esperança humana deixando o
leitor com a dúvida se o fato fora ou não verdade, mostrando, assim, sua
capacidade de transformar o que poderia ser apenas um simples conto em algo
grandioso e emocionante de intensas reflexões.
O conto retrata as expectativas criadas pela pequena Elza a respeito do
seu grande desejo de que o papai Noel, lhe traga na noite de natal uma boneca, o
natal de Elza, porém, não é somente mais um conto natalino, pois Job nos remete
a simplicidade da vida que a personagem leva, mostrando a realidade de grande
parte da população menos favorecida que também vive nas mesmas condições, de
forma elaborada, porém acessível, a autora trata de questões políticas e
sociais, mas sem deixar de emocionar o leitor com as cenas de forte laço
afetivo existente entre mãe e filha, ressaltando assim a importância da família
e o importante papel da mulher na sociedade.
Job, com maestria, ainda permite que o leitor sinta e reconheça a simples
vida de Elza, fazendo-o viver com ela a esperança que a mãe lhe dá sobre a
vinda “dele”, criando assim uma forte expectativa. Ao tomar o partido de Elza, o
leitor se emociona com a inocência dos sonhos de uma criança que os torna sua
dose diária de felicidade, levando-o a uma intensa reflexão sobre um período,
onde apenas a esperança norteia a vida dos menos favorecidos.
Diferente dos contos típicos de natais, em prosa, detalhistas e
fantásticos, como o conto de Hans Christian Andersen, A pequena vendedora de fósforos, a autora nos trás um conto
inovador, trabalhando com a realidade vivenciada, abordando o tema da esperança
não de forma triste ou trágica, mas com uma magia especial, tornando o conto
acessível para todas as idades.